segunda-feira, 23 de abril de 2012

HISTÓRIAS CRUZADAS



O Mississipi é um estado que simboliza as agruras do período de segregação racial nos Estados Unidos. Lá houveram conflitos, algumas leis que separaram negros e brancos e até casos de morte. Esse é o ambiente onde se passa a história do filme. Nas casas do Estado, ocorre a seguinte situação: as crianças brancas são cuidadas pelas empregadas negras e acabam adorando esse convívio. Porem o preconceito fala mais alto quando elas crescem e na maioria dos casos elas dão o mesmo tratamento que as suas mães deram aos negros.
Skeeter porém é diferente, ela se formou em jornalismo e sonha em ser escritora. É uma menina que tem bons princípios e que não tem nada de igual com as pessoas  preconceituosas da sua cidade.
Ela é contratada para trabalhar em um jornal, dando dicas sobre limpeza domestica, algo que não domina. E resolve consultar as empregadas das amigas para ajudá-la nessa tarefa. Até que percebe o grande conflito que existe entre as patroas e elas e resolve escrever um livro contando sobre essas experiências, algo que era proibido na época.
O roteiro do longa é baseado no best-seller homônimo de Kathryn Stockett. A direção pertence a Pete Taylor, o mesmo de O Inverno da Alma. E acaba sendo eficiente porque não deixa a história ser mais clichê do que ela é. Mas a força do filme reside nas suas interpretações. Emma Stone encara bem o papel de protagonista, mas as coadjuvantes é que roubam as cenas, literalmente. Octavia Spencer, ganhadora do Oscar pela sua interpretação está brilhante, porém Viola Davis, em minha opinião esta ainda melhor. Faz tempo que não via uma atriz com tamanho poder da arte de interpretar. A voz, os trejeitos, tudo esta perfeito na sua atuação.
Já a questão racial, que é o tema do filme acaba sendo até bem abordada, com ricos detalhes como o da separação de banheiros e sobre o que aconteceu com os negros nessa época. Além disso há um toque feminino no filme bem interessante.
Vale a pena ser visto para que fatos como esses não sejam esquecidos , assim como sempre existem histórias sobre o holocausto. E também porque ela é mostrada de uma forma singela, menos dolorosa do que em outros filmes graças ao seu roteiro. 

segunda-feira, 9 de abril de 2012

TUDO PELO PODER



O sistema de eleição dos EUA é bem diferente do que o brasileiro. Lá, o candidato pode obter mais votos e ainda assim não ganhar. Isso ocorre porque cada Estado ou Colégio Eleitoral possui um número de delegados escolhido pela população. Estes delegados é que acabam decidindo quem vai ganhar a eleição. Os Estados que possuem maiores populações tem um peso maior ( mais delegados) do que os que tem menos habitantes.
E a história deste que é o quarto filme do diretor George Clooney tem como ambiente a disputa entre dois candidatos a presidência, o governador Morris ( o próprio Clooney) e o senador Pullman ( Michael Mantell) dentro do Estado de Ohio, um grande colégio eleitoral, sendo este decisivo para o rumo das eleições.
Mas o foco deste longa-metragem são as estratégias dos assessores de imprensa de cada político. Do lado de Morris, temos o líder da campanha Paul Zara ( Phillip Seymour-Hoffman) e seu talentoso assistente Stephen Myers ( Ryan Gosling), já pelo lado de Pullman temos o experiente Tom Duffy ( Paul Giamatti).
Stephen é especialista em mídia e conduz a campanha do governador Morris da melhor maneira possivel, provocando inveja na equipe do senador Pullman. Até que Duffy resolve desestabilizá-lo, afetando não somente a conduta deste, como toda a corrida presidencial.
George Clooney cria assim um roteiro muito interessante que se assemelha com um quebra-cabeça, onde as peças vão se encaixando e produzindo um resultado muito bom de se ver.
E a sua direção também merece destaque, pois o filme é muito bem filmado e por algumas vezes brinca com o publico, provocando dubiedade em alguns desfechos.
O elenco foi muito bem escolhido. Ryan Gosling que já tinha atuado brilhantemente em Drive, comprova neste filme que teve um bom ano. Seymour-Hoffman e Paul Giamatti mostram mais uma vez o seu talento. E as presenças de Marisa Tomei, Evan Rachel Wood e Jeffrey Wright dão um toque especial a este thriller.
O filme também aproveita para dar uma cutucada no Partido Democrata, o mesmo de Obama, que acaba sendo o mais mostrado durante a projeção. É uma experiência muito boa, não só pela sua parte técnica , mas também porque ele demonstra a questão dos valores morais e éticos dentro da política de uma maneira bem interessante.
Recomendo. 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

COMENTÁRIOS SOBRE O OSCAR 2012



A premiação do Oscar 2012 realmente foi histórica. Diferente de outros anos ninguém sabia quem sairia vencedor, se A invenção de Hugo Cabret ou O Artista.  Mas apesar de serem bem parecidos em sua proposta, os dois tinham grandes diferenças na sua execução.  Enquanto Scorsese partiu para uma nova forma de apresentar um filme em 3-D, o Artista não tinha cores e nem diálogos sonoros, mas tinha carisma e uma bela exibição de como o cinema é uma arte que tem inúmeras formas de se expressar.
Nas premiações técnicas algumas surpresas, o premio de Montagem para Os Homens que não amavam as mulheres foi inesperado, mas não injusto. Em fotografia, mais uma vez a Academia não escolhe o filme mais cotado, dando o premio para Hugo Cabret.  Continuo sem entender porque existem duas categorias de som, se o mesmo filme ganha em ambas.
Também é incompreensível a vitória de Man or Muppet como canção original, se a música fosse média eu até aceitaria a vitória, mas ela era muito fraca.
Foi bom ver o filme iraniano A separação vencer como melhor filme estrangeiro.
Nas categorias de roteiro e de animação, nenhuma surpresa.  E nas de atores coadjuvantes também não, apesar que Christopher Plummer ter ganho mais pelo que já fez na carreira do que pelo seu papel no bom filme Toda Forma de Amor. Meryl Streep, que sempre bate o carimbo na cerimônia levou o premio superando Viola Davis e Jean Dujardin merecidamente levou a estatueta pra casa, mesmo o trabalho de George Clooneu ser muito bom. Por fim Michel Hazanavicious superou Scorsese e levou o premio de Melhor Diretor. Realmente orquestrar o principal filme da noite foi espetacular.  e seguindo a tendência de premiar os filmes mais artísticos , não em detrimento aos outros, mas como um forma de mostrar uma grande parcela da qualidade do cinema americano, o Oscar premiou um filme que mostra o quão grande é essa arte. Realmente é algo para se comemorar. 

Lista dos vencedores:

Melhor Filme: O Artista 
Melhor Diretor: Michel Hazanavicius (O Artista) 
Melhor Ator:Jean Dujardin (O Artista) 
Melhor Atriz: Meryl Streep (A Dama de Ferro) 
Melhor Ator Coadjuvante: Christopher Plummer (Toda Forma de Amor) 
Melhor Atriz Coadjuvante: Octavia Spencer (Histórias Cruzadas) 
Melhor Roteiro Original: Meia-Noite em Paris 
Melhor Roteiro Adaptado: Os Descendentes 
Melhor Trilha Sonora: O Artista 
Melhor Canção: “Man or Muppet” (Os Muppets) 
Melhor Filme Estrangeiro: A Separação (Irã) 
Melhor Animação: Rango 
Melhor Curta-metragem: The Shore 
Melhor Curta (animação): The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore 
Melhor Fotografia: A Invenção de Hugo Cabret 
Melhor Direção de Arte: A Invenção de Hugo Cabret 
Melhor Figurino: O Artista 
Melhor Maquiagem: A Dama de Ferro 
Melhor Documentário (Longa): Undefeated 
Melhor Documentário (Curta): Saving Face 
Melhor Montagem: Millennium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres 
Melhores Efeitos Visuais: A Invenção de Hugo Cabret 
Melhor Efeitos Sonoros: A Invenção de Hugo Cabret 
Melhor Edição de Som: A Invenção de Hugo Cabret

domingo, 26 de fevereiro de 2012

PALPITES PARA O OSCAR 2012



Palpites para o Oscar

Melhor Filme – O Artista

Melhor Diretor – Michel Hazanavicius

Melhor Ator – Jean Dujardin

Melhor Atriz – Meryl Streep

Melhor Ator Coadjuvante – Christopher Plummer

Melhor Atriz Coadjuvante – Octavia Spencer

Melhor Roteiro Original – Meia-Noite em Paris

Melhor Roteiro Adaptado – Os descendentes

Melhor Direção de Arte – A invenção de Hugo Cabret

Melhor Fotografia – A árvore da vida

Melhor Figurino – Jane Eyre

Melhor Montagem – O Artista

Melhor Maquiagem – Dama de Ferro

Melhor Trilha - O Artista

Melhor Mixagem de Som - A invenção de Hugo Cabret

Melhor Edição – Drive (não deve levar, mas era merecido)

Melhores Efeitos Especiais – O Planeta dos Macacos

Melhor Canção – Real in Rio

Melhor Animação – Rango

Melhor Filme Estrangeiro – A Separação

Melhor Documentário – Pina

Melhor Curta-Metragem – Raju

Melhor Animação em Curta-Metragem – The fantastic flying books of Mr. Morris lessmore

Melhor Documentário em Curta-Metragem – Saving face


Comentários sobre os possíveis ganhadores de hoje a noite:

Em relação aos prêmios de Melhor Curta-Metragem, Melhor Animação em Curta-Metragem, Melhor Documentário em Curta-Metragem e  Melhor Documentário eu não poderei falar pois não tive a possibilidade de ver tais filmes, mas coloco as minhas opções conforme as informações que já li sobre essas obras em outros sites.
Na categoria de filme estrangeiro e melhor animação, não espero que haja surpresas. Rango e A separação devem levar esses prêmios. Em melhor canção, alguns dizem que a música Man or Muppet deve ser a vencedora, mas espero sinceramente que Real In Rio seja a vencedora, não por ser brasileiro, mas por achar realmente que a canção do filme Rio é melhor.
Em efeitos especiais torço para Planeta dos Macacos que trouxe tudo de mais novo em captação de movimentos para se fazer um ótimo filme. Em figurino e Maquiagem acabei dando votos conforme especialistas no assunto que disseram que as obras que foram citadas parecem ser as melhores.
Na parte sonora, coloquei Drive só por que acho que esse filme merece uma estatueta, porque ele é muito bom e a sua edição de som é realmente espetacular, mas como geralmente quem leva um, acaba ficando com o outro, A invenção de Hugo Cabret talvez leve essas duas, assim como o de Direção de Arte.
A fotografia de Árvore da Vida é realmente espetacular, fora o filme ter imagens que nem o Discovery Channel e National Geographic já captaram, é impressionante.
Em roteiro parece que não haverá surpresas, ficando com o premio os merecidos Meia-Noite em Paris em Melhor Roteiro Original e Os descendentes para Melhor Roteiro Adaptado.
Nas atuações parece que tudo leva crer que Meryl Streep, Christopher Plummer e Octavia Spencer e Jean Dujardin levarão a estatueta para casa. Quanto ao premio de direção e de melhor filme, a disputa vai ser dura, mas acho que O Artista deve levar as duas, assim como o de melhor trilha sonora.
É isso, hoje à noite conheceremos os vencedores!

OS DESCENDENTES



Matt King (George Clooney) é o personagem central desta história.  Sua mulher sofreu um acidente de barco e entra em estado de coma. Mas ela possuía um documento autorizando que os aparelhos sejam desligados em tal situação. Agora Matt precisa contar isso para as suas filhas Alexandra e Scottie e ser alguém mais presente para elas.  Alexandra é uma adolescente rebelde e desbocada e Scottie é a versão mirim da irmã. Para causar ainda mais estresse ao pai, ele deve tomar a decisão sobre a venda de um terreno em nome dos seus primos, por ser o único fiel depositário do espaço que fora herdado há muitas gerações dos seus antepassados americanos e havaianos.
E muitas outras coisas vão acontecer ao longo da jornada de Matt com suas filhas. Tudo isso devido a um roteiro brilhantemente adaptado por Alexander Payne ( que é o diretor) Nat Faxon e Jim Rash baseado no romance de Kaui Hart Hemmings.
A história vai se desenvolvendo de uma forma leve e totalmente inesperada, ajudada pela câmera de Alexander que foca bem no rosto dos atores e abusa da qualidade em algumas tomadas e faz até brincadeira, como na cena em que George Clooney fica descendo a cabeça lentamente até desaparecer na encosta da praia.
No campo das interpretações, George Clooney está muito bem no papel, sendo dramático e cômico nas cenas em que é exigido( um desses momentos é quando ele xinga a sua mulher que está em coma)
As suas filhas também foram bem escolhidas, com destaque para Shailene Woodley em seu primeiro papel em uma grande produção.
Acima de tudo Os descendentes é um drama familiar muito bem construído e filmado, conseguindo provocar algum tipo de sentimento no espectador. Trabalho muito bom. 

RANGO



Rango é um camaleão que está passando por uma crise de identidade. Mas após cair de um carro e ficar no meio deserto, ele é confrontado por um Tatu a encarar um desafio que fica no lado Oeste da estrada. Sem nenhuma perspectiva ou destino, ele aceita o desafio e acaba indo parar em Poeira, um vilarejo que parece em muito com os típicos de um western. A população do vilarejo está preocupada pois o lugar está sem abastecimento de água e o que tem está acabando.
Rango chega no lugar e querendo ser diferente, se apresenta como um matador de figuras perigosas. E após um atrapalhado confronto com um falcão em que sai vitorioso, todos acreditam que ele é o que diz e que pode ser a solução para acabar com o problema com a água.
Gore Verbinski acaba produzindo uma animação diferente a começar pelo ambiente, que é semelhante ao de um faroeste, gênero que não é muito conhecido pelas crianças ( a maioria do publico de um filme de animação).
O filme acerta nesta premissa e também na sua qualidade gráfica que é excelente. O seu ponto fraco é o roteiro que começa num ritmo muito bom, mas que depois vai se tornando arrastado.
Apesar disso Rango é uma grande animação se comparada com muitos dos exemplares que estão no mercado. É uma aposta arriscada, mas que vale a pena em meio a um grande numero de animações que estão saindo por ai e que não trazem algo de novo ao gênero.  

A INVENÇÃO DE HUGO CABRET



Martin Scorsese é um dos mais talentosos diretores americanos. No seu currículo constam filmes de sucesso como Os Bons Companheiros, Os Infiltrados, Taxi Driver e a Ilha do Medo. Dessa vez ele resolveu se lançar em uma história infantil: A invenção de Hugo Cabret.
Baseado no Best-seller homônimo, conhecemos Hugo Cabret, um jovem que após a morte de seu pai, passa a viver na estação de trem de Paris. O seu pai era relojoeiro e havia encontrado um autômato que estava em péssimo estado e precisava de uma chave em formato de coração para ser ligado. Mas o caderno com instruções sobre o autômato cai nas mãos de George Méliès (o próprio em pessoa)
A partir daí acompanhamos Hugo tentando recuperar esse caderno e as conseqüências deste ato: grandes descobertas ( inclusive sobre quem é George Mélies), algumas aventuras e um grande aprendizado.
Junto com o Artista, este filme faz uma homenagem ao inicio do cinema. E é interessante ver que Martin Scorsese consegue juntar eficazmente todo o aparato tecnológico que se tem hoje em dia para contar essa história que remete a um tempo muito, muito remoto.
Fora que o filme é uma aula sobre a história do cinema, falando principalmente sobre a figura de George Méliès que foi um dos precursores da sétima arte e pai da ficção cientifica, além de ser um dos primeiros a fazer trucagens e mágicas em frente com a câmera.
Era uma época interessante para o cinema por ser um período em que os realizadores estavam aprendendo a usar essa forma de linguagem e o público ainda estava aprendendo a assistir aos filmes. Mas como mostrado no filme, a dura realidade da guerra fez com que as pessoas parassem se encantar com a sétima arte e os seus truques.
Mas o cinema também se reinventa, se adapta e se transforma. Depois dessa época, surgiu o cinema falado, a era dos musicais e muitos outros artistas e diretores continuaram fazendo grandes obras e não deixaram essa expressão de arte morrer.
A invenção de Hugo Cabret vale a pena principalmente por ser um filme que nos faz lembrar sobre o passado e o presente , valendo também como um grande aprendizado sobre a sétima arte.

O ARTISTA


Em meio as grandes inovações tecnológicas, em especial o 3-D, surge este filme francês, mudo e sem cores que homenageia a sétima arte e mostra as possibilidades de linguagem do cinema.
O filme começa em 1929, onde somos apresentados a George Valentin (Jean Dujardin) , um típico ator desse período, ou seja , com boa expressão corporal e carismático. Ele é um astro do cinema mudo, casado, mas que mesmo assim acaba se encantando por Peppy Miller (Bérénice Bejo) uma jovem que cruza com ele em um dos seus encontros com as fãs. Logo após ela acaba conseguindo um papel como atriz e ficando assim mais perto do seu ídolo e affair.
Mas toda essa situação muda com a chegada do som ao cinema, uma mudança radical que faz com que as produtoras passem a investir em filmes assim em detrimento ao filmes mudos. Mas George não parece muito disposta a aceitar tal modificação.
A partir daí acompanhamos a relutância de George em aceitar o novo recurso e a ascensão de Peppy que se torna uma musa do cinema falado.
O filme é uma homenagem aos primórdios do cinema e também serve pra mostrar como o cinema é um espaço amplo de comunicação. Ele nos faz pensar que não importa se o filme é mudo, falado, com cores, sem cores, se o seu ritmo é lento ou frenético. O importante é que ele possa transmitir a sua idéia e se expressar, e sempre é bom que esse recado seja mais direto, sem representações grandiosas. E o Artista faz isso muito bem, se utilizando do seu ótimo elenco, da boa direção de Michel Haznavicious e da sua trilha sonora ( muito mais importante para um filme assim)
Jean Dujardin está perfeito no papel, representando fielmente como eram os atores dessa época e ajudando com a sua alegria no papel, ajudando a dar um clima muito legal ao filme. Berenice bejo faz muito bem a transição da sua personagem. E as participações de John Goodman e James Cromwell são excelentes.
E Michel Haznavicious faz um trabalho redondinho, e também tem grandes momentos como na cena em que George é engolido pela areia no momento em que está em profunda melancolia.
Por se tratar de um filme mudo e com poucas falas, muitas pessoas não vão querer assistir a ele, mas elas não sabem o que estão perdendo, pois Haznavicious faz um trabalho que acaba sendo até popular e que é muito bonito de se ver. 


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O HOMEM QUE MUDOU O JOGO



O beisebol é um dos esportes mais difíceis de se entender e um dos mais chatos também. Mas o diretor Bennett Miller nos mostra uma visão mais genérica do mundo esportivo através desse filme. Nele acompanhamos Billy Beane ( Brad Pitt) no papel de um ex-jogador que se torna dirigente de um time de pequeno porte da primeira divisão da liga americana. Billy sofre com a falta de jogadores, de dinheiro e estrutura para administrar a equipe. Mas ao conhecer Peter ( Jonah Hill) um economista que se utiliza de estatísticas para prever acontecimentos no jogo, ele aposta que isso poderá ser uma chance de conseguir alavancar o seu time.
O filme mostra o trabalho de Billy para implementar essa tecnologia em sua equipe e também em outras situações como discussões com o técnico ( Phillip Seymour-Hoffman), com os jogadores e sua relação com a filha e a ex-mulher.
A direção e o roteiro do filme o ajudam a sair de um típico filme esportivo em que se busca criar uma equipe vencedora.
Já nas interpretações temos um Brad Pitt regular, mas que peca nas cenas mais dramáticas e Jonah Hill ( o gordinho de SuperBad) que é o destaque do filme dando credibilidade ao seu personagem.
Aquelas pessoas que não gostam de beisebol ou esportes em geral, vão concordar com Brad Pitt em uma determinada parte do filme em que ele faz um desabafo. Mas os que gostam vão se identificar com várias situações e encarar o filme com a sua forma além do esporte, pelo bom trabalho feito por Miller e pelos roteiristas Aaron Sorkin e Steven Zaillian.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

DRIVE


Sempre houve uma discussão no cinema sobre os filmes artísticos e os de entretenimento. Porque há mais espaço para um do que para o outro, ou falando que um tenha mais importância para a sétima arte do que o outro.  Na minha opinião, o cinema pode abarcar os dois, mas indiscutivelmente privilegia o mais comercial, que lhe traz mais rentabilidade.
Escrevi esse pequeno prólogo para falar sobre Drive, que é um filme de puro entretenimento, com uma história simples, mas que tem uma qualidade técnica enorme e que faz a junção dessas duas classes.
Nele acompanhamos Ryan Gosling fazendo o papel de um piloto de cenas de ação com carros, que trabalha numa oficina mecânica e também dirige para a máfia. Ou seja a vida dele se resume a uma só coisa: dirigir. Mas ele não é um simples piloto, ele é especialista no que faz, não há alguém como ele.
Tudo parece ir bem na sua vida até que ele se envolve com a sua vizinha, que tem um marido na prisão. Logo após o retorno deste as coisas mudam, pois ele está em divida com a máfia e vai precisar da ajuda do piloto.
E quando ele pensa que vai poder ajudar a família da sua vizinha, uma série de fatos vai afetando a todos de uma maneira surpreendente.
Uma história como essa em que um rapaz se envolve com uma jovem e algo dá errado parece ser bem comum, mas com a direção de Nicolas Refn ( ganhador da Palma de Ouro por este trabalho) tudo se transforma em algo atrativo e espetacular aos nossos olhos.
 O filme tem uma qualidade fotográfica incrível e o diretor usa a câmera lenta em várias cenas de maneira muito eficiente. Fora a maneira como as cenas são gravadas, incluindo as de ação, gerando uma tensão no espectador.
O elenco foi muito bem escolhido e se destaca no filme. Ryan Gosling tem uma atuação que alguns vão achar caricata, mas que na verdade combina perfeitamente com o objetivo do diretor. Carey Mulligan nem precisa falar muito para ser encantadora. E o resto do elenco está acima da média, incluindo Albert Brooks ( que concorre ao Oscar) e Bryan Cranston ( da série Breaking Bad).
Não posso esquecer da trilha sonora também que é marcante neste filme, um som eletrônico com cara de anos 80 que é bem executado combinando com as cenas em que se faz presente.
Muitos vão falar sobre a simplicidade do roteiro e da sua violência ( que beira o thrash em alguns momentos) , mas como eu disse a intenção do diretor foi fazer um filme que se comunicasse com o publico e que o fizesse sentir várias sensações ao longo da projeção e isso ele faz muito bem com uma estética incrível.
Os jovens diretores fazem muitas experimentações até criar uma linguagem particular e fazer alguns filmes mais complexos. Alguns querem apenas filmar por filmar, mas existe um grande número deles que sabem como utilizar a linguagem do cinema para entreter o público. E esses é que despertam os mais jovens para a sétima arte, que depois vão em busca de obras com mais conteúdo. Toda a produção de Drive está de parabéns e que venham mais outros filmes divertidos assim.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

MELANCOLIA



O filme de Lars Von Trier é dividido em duas partes. Na primeira parte chamada Justine, conhecemos a personagem-título, uma jovem que acabou de se casar e vai para a festa do casamento em uma casa luxuosa.Logo no começo fica aparente que a alegria de Justine não era tão verdadeira e que ela está em estado de depressão.
Além dessa situação, há o iminente perigo do planeta Melancolia que está em rota de colisão com a Terra.
Essa tristeza de Justine gera uma série de situações chocantes que se passam durante a primeira hora do filme. Tenho de confessar que essa parte do filme é extensa demais e vai chatear um pouco a maioria dos espectadores (até dos mais compreensivos) mas a segunda parte é mais bem elaborada e explicativa.
Na segunda parte do filme acompanhamos mais de perto sua irmã Claire que em contraponto a sua irmã, está totalmente tensa com a possibilidade de que algo aconteça com a Terra.
A oposição do estado de Justine e Claire em face a chegada do planeta Melancolia é uma bela idéia de Lars Von Trier para mostrar a condição do ser humano diante de uma situação catastrófica como essa.
O filme tem um bela fotografia assim como Anticristo tinha e a sua qualidade técnica é muito eficiente. Na primeira hora do filme Lars usa a câmera na mão indo em sentido contrário ao clima estático dessa parte do filme. Já na segunda ele utiliza muitos efeitos especiais. Isso mostra um certo afastamento do diretor do estilo Dogma 95 e sua aceitação em utilizar novos recursos. E isso é bom porque ele os utiliza de maneira a acrescentar algo à história e não como uma maneira de impressionar os espectadores.
Sua opinião sobre Hitler no festival de Cannes acabou tirando um pouco do prestígio do filme que ficou sem nenhuma indicação ao Oscar ( merecido para Kirsten Dunst e para a fotografia do filme), mas pela sua filmografia, percebemos que Lars não tem nada de nazista, ele apenas tem uma visão “melancólica” sobre o ser humano. E que merece ser visto por ser muito provocativo, não só para o ser humano como para o cinema. 

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

INDICADOS AO OSCAR 2012




Confira a lista com os indicados ao Oscar 2012:
Melhor filme 
Cavalo de guerra 
O artista 
O homem que mudou o jogo 
Os descendentes 
A árvore da vida 
Meia-noite em Paris 
História cruzadas 
A invenção de Hugo Cabret 
Extremamente alto, incrivelmente perto 

Diretor 
Michel Hazanavicius - O Artista 
Martin Scorsese -  A invenção de Hugo Cabret  
Alexander Payne - Os Descendentes 
Terrence Malick - A Árvore da vida 
Woody Allen - Meia noite em Paris 

Ator 
Jean Dujardin - O Artista 
George Clooney - Os Descendentes 
Gary Oldman - O Espião que Sabia Demais 
Brad Pitt - O Homem que Mudou o Jogo 
Demian Bichir - A Better Life 

Atriz 
Meryl Streep - A Dama de Ferro 
Glenn Close - Albert Nobbs 
Viola Davis - Histórias Cruzadas 
Rooney Mara - Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres 
Michelle Williams - Sete Dias com Marilyn 

Ator coadjuvante 
Kenneth Branagh - Sete Dias com Marilyn 
Max Von Sydow - Tão Forte e Tão Perto 
Jonah Hill - O Homem que Mudou o Jogo 
Christopher Plummer - Toda Forma de Amor 
Nick Nolte - Warrior 

Atriz coadjuvante 
Octavia Spencer - Histórias cruzadas 
Berenice Bejo - O artista 
Jessica Chastain - Histórias cruzadas 
Janet McTeer - Albert Nobbs 
Melissa McCarthy - Missão madrinha de casamento 

Animação 
A Cat in Paris 
Chico & Rita 
Kung Fu Panda 2 
Gato de Botas 
Rango 

Roteiro Adaptado 
A Invenção de Hugo Cabret 
Os Descendentes 
Tudo Pelo Poder 
O Homem que Mudou o Jogo 
O Espião que Sabia Demais 

Roteiro original 
O artista 
Missão madrinha de casamento 
Margin Call 
Meia-noite em paris 
A separação 

Filme Estrangeiro 
A Separação (Irã) 
Bullhead (Bélgica) 
Monsieur Lazhar (Canadá) 
Footnote (Israel) 
In Darkness (Polônia) 

Documentário 
"Hell and Back Again" 
"If a Tree Falls: A Story of the Earth Liberation Front" 
"Paradise Lost 3: Purgatory" 
"Pina" 
"Undefeated" 

Documentário de curta-metragem 
"The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement" 
"God Is the Bigger Elvis" 
"Incident in New Baghdad" 
"Saving Face" 
"The Tsunami and the Cherry Blossom" 

Edição 
O artista 
Os descendentes 
Os homens que não amavam as mulheres 
A invenção de Hugo Cabret
O homem que mudou o jogo 

Trilha sonora original 
As aventuras de Tintim - John Williams 
O artista - Ludovic Bource 
A invenção de Hugo Cabret - Howard Shore 
O espião que sabia demais - Alberto Iglesias 
Cavalo de guerra - John Williams 

Música original 
"Man or Muppet", de "Os Muppets", por Bret McKenzie 
"Real in Rio", de "Rio", por Sergio Mendes e Carlinhos Brown, letra de Siedah Garrett 

Melhor curta de animação 
"Dimanche/Sunday" 
"The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore" 
"La Luna" 
"A Morning Stroll" 
"Wild Life" 

Melhor curta-metragem 
"Pentecost" 
"Raju" 
"The Shore" 
"Time Freak" 
"Tuba Atlantic" 

Direção de arte 
Harry Potter 
Hugo 
Cavalo de Guerra 
O Artista 

Fotografia 
O Artista 
Os Homens que Não Amavam as Mulheres 
A invenção de Hugo Cabret 
A Árvore da Vida 
Cavalo de Guerra 

Figurino 
Anônimo 
O Artista 
W.E.
A invenção de Hugo Cabret
Jane Eyre 

Maquiagem 
Albert Nobbs 
Harry Potter 7 
A Dama de Ferro
Melhores efeitos visuais 
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2 
A Invenção de Hugo Cabret 
Gigantes de Aço 
Planeta dos Macacos - A Origem 
Transformers: O Lado Oculto da Lua 

Melhor montagem 
Os Descendentes 
O Artista 
Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres 
O Homem Que Mudou o Jogo 
A Invenção de Hugo Cabret 

Melhor edição de som 
Drive 
Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres 
Cavalo de Guerra 
A Invenção de Hugo Cabret 
Transformers: O Lado Oculto da Lua 

Melhor mixagem de som 
Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres 
Cavalo de Guerra 
A Invenção de Hugo Cabret 
Transformers: O Lado Oculto da Lua 
O Homem Que Mudou o Jogo