O filme de Lars Von Trier é dividido em duas partes. Na
primeira parte chamada Justine, conhecemos a personagem-título, uma jovem que
acabou de se casar e vai para a festa do casamento em uma casa luxuosa.Logo no
começo fica aparente que a alegria de Justine não era tão verdadeira e que ela
está em estado de depressão.
Além dessa situação, há o iminente perigo do planeta
Melancolia que está em rota de colisão com a Terra.
Essa tristeza de Justine gera uma série de situações
chocantes que se passam durante a primeira hora do filme. Tenho de confessar
que essa parte do filme é extensa demais e vai chatear um pouco a maioria dos
espectadores (até dos mais compreensivos) mas a segunda parte é mais bem
elaborada e explicativa.
Na segunda parte do filme acompanhamos mais de perto sua
irmã Claire que em contraponto a sua irmã, está totalmente tensa com a
possibilidade de que algo aconteça com a Terra.
A oposição do estado de Justine e Claire em face a chegada
do planeta Melancolia é uma bela idéia de Lars Von Trier para mostrar a
condição do ser humano diante de uma situação catastrófica como essa.
O filme tem um bela fotografia assim como Anticristo tinha e
a sua qualidade técnica é muito eficiente. Na primeira hora do filme Lars usa a
câmera na mão indo em sentido contrário ao clima estático dessa parte do
filme. Já na segunda ele utiliza muitos efeitos especiais. Isso mostra um certo
afastamento do diretor do estilo Dogma 95 e sua aceitação em utilizar novos
recursos. E isso é bom porque ele os utiliza de maneira a acrescentar algo à
história e não como uma maneira de impressionar os espectadores.
Sua opinião sobre Hitler no festival de Cannes acabou
tirando um pouco do prestígio do filme que ficou sem nenhuma indicação ao Oscar
( merecido para Kirsten Dunst e para a fotografia do filme), mas pela sua
filmografia, percebemos que Lars não tem nada de nazista, ele apenas tem uma
visão “melancólica” sobre o ser humano. E que merece ser visto por ser muito
provocativo, não só para o ser humano como para o cinema.

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