terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

DRIVE


Sempre houve uma discussão no cinema sobre os filmes artísticos e os de entretenimento. Porque há mais espaço para um do que para o outro, ou falando que um tenha mais importância para a sétima arte do que o outro.  Na minha opinião, o cinema pode abarcar os dois, mas indiscutivelmente privilegia o mais comercial, que lhe traz mais rentabilidade.
Escrevi esse pequeno prólogo para falar sobre Drive, que é um filme de puro entretenimento, com uma história simples, mas que tem uma qualidade técnica enorme e que faz a junção dessas duas classes.
Nele acompanhamos Ryan Gosling fazendo o papel de um piloto de cenas de ação com carros, que trabalha numa oficina mecânica e também dirige para a máfia. Ou seja a vida dele se resume a uma só coisa: dirigir. Mas ele não é um simples piloto, ele é especialista no que faz, não há alguém como ele.
Tudo parece ir bem na sua vida até que ele se envolve com a sua vizinha, que tem um marido na prisão. Logo após o retorno deste as coisas mudam, pois ele está em divida com a máfia e vai precisar da ajuda do piloto.
E quando ele pensa que vai poder ajudar a família da sua vizinha, uma série de fatos vai afetando a todos de uma maneira surpreendente.
Uma história como essa em que um rapaz se envolve com uma jovem e algo dá errado parece ser bem comum, mas com a direção de Nicolas Refn ( ganhador da Palma de Ouro por este trabalho) tudo se transforma em algo atrativo e espetacular aos nossos olhos.
 O filme tem uma qualidade fotográfica incrível e o diretor usa a câmera lenta em várias cenas de maneira muito eficiente. Fora a maneira como as cenas são gravadas, incluindo as de ação, gerando uma tensão no espectador.
O elenco foi muito bem escolhido e se destaca no filme. Ryan Gosling tem uma atuação que alguns vão achar caricata, mas que na verdade combina perfeitamente com o objetivo do diretor. Carey Mulligan nem precisa falar muito para ser encantadora. E o resto do elenco está acima da média, incluindo Albert Brooks ( que concorre ao Oscar) e Bryan Cranston ( da série Breaking Bad).
Não posso esquecer da trilha sonora também que é marcante neste filme, um som eletrônico com cara de anos 80 que é bem executado combinando com as cenas em que se faz presente.
Muitos vão falar sobre a simplicidade do roteiro e da sua violência ( que beira o thrash em alguns momentos) , mas como eu disse a intenção do diretor foi fazer um filme que se comunicasse com o publico e que o fizesse sentir várias sensações ao longo da projeção e isso ele faz muito bem com uma estética incrível.
Os jovens diretores fazem muitas experimentações até criar uma linguagem particular e fazer alguns filmes mais complexos. Alguns querem apenas filmar por filmar, mas existe um grande número deles que sabem como utilizar a linguagem do cinema para entreter o público. E esses é que despertam os mais jovens para a sétima arte, que depois vão em busca de obras com mais conteúdo. Toda a produção de Drive está de parabéns e que venham mais outros filmes divertidos assim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário