sexta-feira, 4 de novembro de 2011

DOGVILLE




Muitos dizem que Lars Von Trier é um genial diretor. Não tinha tido oportunidade de ter assistido a algum filme seu e Dogville acabou sendo o primeiro. Preciso analisar toda a sua obra, mas por esse filme já posso dizer que sim, ele é um grande diretor.
O filme conta a historia de Grace (Nicole Kidman), uma fugitiva da máfia que encontra abrigo numa pacata cidadezinha chamada Dogville. Os habitantes no começo se mostram receptivos e bondosos com a nova moradora, mas aos poucos são reveladas as verdadeiras intenções da vila com a frágil forasteira, em um crescimento insuportável de exploração e humilhação.
Não há como se negar que o que chama mais a atenção em Dogville seja o seu cenário, que por assim dizer , praticamente não existe . Não existem paredes, ou um relevo, o que existe são linhas que demarcam o ambiente das casas, ou construções artesanais que fazem lembrar alguns ambientes. Um ambiente muito teatral que choca e vai te envolvendo até o fim , se parecendo com a leitura de um livro, onde o que está escrito é compreendido mais não é visto, precisando do alicerce da sua imaginação.
Os atores foram muito bem escolhidos, os protagonistas Nicole Kidman e Paul  Bettany se saem muito bem , fora as grandes interpretações de Ben Gazzara, Siobhan Fallon, Stellan Skargard, Zlejko Ivanek e a participação ( importantíssima) da voz de John Hurt.
O filme faz parte da trilogia de Lars Von Trier sobre os EUA – Terra de oportunidades, na verdade uma critica a alguns traços americanos, nesse caso a arrogância e indiferença. Mas se olharmos bem, esses aspectos não podem se estender apenas aos americanos , mas a um lado do ser humano que pode aflorar em situações semelhantes. Talvez isso não seja tão fácil de ser digerido, pois é uma verdade que não felicita a ninguém, mas pode ser um dos pontos de vista do filme.
Por essa critica mordaz e pela capacidade de se ver algo novo no cinema , Dogville merece ser visto por mais e mais pessoas. Recomendadíssimo.

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