Muitos dizem que Lars Von Trier é um genial diretor. Não
tinha tido oportunidade de ter assistido a algum filme seu e Dogville acabou
sendo o primeiro. Preciso analisar toda a sua obra, mas por esse filme já posso
dizer que sim, ele é um grande diretor.
O filme conta a historia de Grace (Nicole Kidman), uma
fugitiva da máfia que encontra abrigo numa pacata cidadezinha chamada Dogville.
Os habitantes no começo se mostram receptivos e bondosos com a nova moradora,
mas aos poucos são reveladas as verdadeiras intenções da vila com a frágil
forasteira, em um crescimento insuportável de exploração e humilhação.
Não há como se negar que o que chama mais a atenção em
Dogville seja o seu cenário, que por assim dizer , praticamente não existe . Não existem paredes, ou um relevo, o que existe são linhas que
demarcam o ambiente das casas, ou construções artesanais que fazem lembrar
alguns ambientes. Um ambiente muito teatral que choca e vai te envolvendo até o
fim , se parecendo com a leitura de um livro, onde o que está escrito é
compreendido mais não é visto, precisando do alicerce da sua imaginação.
Os atores foram muito bem escolhidos, os protagonistas Nicole
Kidman e Paul Bettany se saem muito bem
, fora as grandes interpretações de Ben Gazzara, Siobhan Fallon, Stellan
Skargard, Zlejko Ivanek e a participação ( importantíssima) da voz de John
Hurt.
O filme faz parte da trilogia de Lars Von Trier sobre os EUA
– Terra de oportunidades, na verdade uma critica a alguns traços americanos,
nesse caso a arrogância e indiferença. Mas se olharmos bem, esses aspectos não
podem se estender apenas aos americanos , mas a um lado do ser humano que pode
aflorar em situações semelhantes. Talvez isso não seja tão fácil de ser
digerido, pois é uma verdade que não felicita a ninguém, mas pode ser um dos
pontos de vista do filme.
Por essa critica mordaz e pela capacidade de se ver algo novo
no cinema , Dogville merece ser visto por mais e mais pessoas.
Recomendadíssimo.

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