O segundo filme de Selton Mello
mostra um grande crescimento dele como profissional da sétima arte.
Nela acompanhamos uma trupe de
circo mambembe que vai passando de cidade em cidade com as suas apresentações.
Mas o centro da história é o palhaço
Pangaré, interpretado por Selton Mello, que apesar de conseguir arrancar muitas
risadas da platéia, não consegue ter o mesmo entusiasmo fora dos palcos o que
culmina num choque de identidade que o faz pensar sobre a sua profissão e sobre
a sua vida.
O personagem não tem um RG,
apenas uma certidão de nascimento, enfatizando que ele não sabe quem realmente ele é. E acompanhamos a sua busca por uma
motivação para voltar a sorrir ou a viver. Isso é demonstrado principalmente
com a figura do ventilador que surge como um simples desejo, mas que parte para
a significação de novos ares ou da tranquilidade que o personagem quer no seu
futuro.
O elenco é sublime com
interpretações magistrais de Paulo José, do próprio Selton Mello e de Moacir
Franco que com apenas uma cena (a primeira dele no cinema) consegue fazer algo inesquecível.
Destaque também para os outros
atores e em especial a Larissa Manoela que faz a pequena Guilhermina, numa
ótima interpretação vinda de alguém tão jovem.
O filme realmente é excelente ao
tentar mostrar um homem em conflito consigo mesmo, tentando encontrar a sua
felicidade ou uma resposta para quem ele é. E mesmo que isso possa parecer tão distante, a resposta as suas indagações podem estar em coisas simples ou mais próximo do que se imagina.
Merece ser assistido.

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