segunda-feira, 23 de abril de 2012

HISTÓRIAS CRUZADAS



O Mississipi é um estado que simboliza as agruras do período de segregação racial nos Estados Unidos. Lá houveram conflitos, algumas leis que separaram negros e brancos e até casos de morte. Esse é o ambiente onde se passa a história do filme. Nas casas do Estado, ocorre a seguinte situação: as crianças brancas são cuidadas pelas empregadas negras e acabam adorando esse convívio. Porem o preconceito fala mais alto quando elas crescem e na maioria dos casos elas dão o mesmo tratamento que as suas mães deram aos negros.
Skeeter porém é diferente, ela se formou em jornalismo e sonha em ser escritora. É uma menina que tem bons princípios e que não tem nada de igual com as pessoas  preconceituosas da sua cidade.
Ela é contratada para trabalhar em um jornal, dando dicas sobre limpeza domestica, algo que não domina. E resolve consultar as empregadas das amigas para ajudá-la nessa tarefa. Até que percebe o grande conflito que existe entre as patroas e elas e resolve escrever um livro contando sobre essas experiências, algo que era proibido na época.
O roteiro do longa é baseado no best-seller homônimo de Kathryn Stockett. A direção pertence a Pete Taylor, o mesmo de O Inverno da Alma. E acaba sendo eficiente porque não deixa a história ser mais clichê do que ela é. Mas a força do filme reside nas suas interpretações. Emma Stone encara bem o papel de protagonista, mas as coadjuvantes é que roubam as cenas, literalmente. Octavia Spencer, ganhadora do Oscar pela sua interpretação está brilhante, porém Viola Davis, em minha opinião esta ainda melhor. Faz tempo que não via uma atriz com tamanho poder da arte de interpretar. A voz, os trejeitos, tudo esta perfeito na sua atuação.
Já a questão racial, que é o tema do filme acaba sendo até bem abordada, com ricos detalhes como o da separação de banheiros e sobre o que aconteceu com os negros nessa época. Além disso há um toque feminino no filme bem interessante.
Vale a pena ser visto para que fatos como esses não sejam esquecidos , assim como sempre existem histórias sobre o holocausto. E também porque ela é mostrada de uma forma singela, menos dolorosa do que em outros filmes graças ao seu roteiro. 

segunda-feira, 9 de abril de 2012

TUDO PELO PODER



O sistema de eleição dos EUA é bem diferente do que o brasileiro. Lá, o candidato pode obter mais votos e ainda assim não ganhar. Isso ocorre porque cada Estado ou Colégio Eleitoral possui um número de delegados escolhido pela população. Estes delegados é que acabam decidindo quem vai ganhar a eleição. Os Estados que possuem maiores populações tem um peso maior ( mais delegados) do que os que tem menos habitantes.
E a história deste que é o quarto filme do diretor George Clooney tem como ambiente a disputa entre dois candidatos a presidência, o governador Morris ( o próprio Clooney) e o senador Pullman ( Michael Mantell) dentro do Estado de Ohio, um grande colégio eleitoral, sendo este decisivo para o rumo das eleições.
Mas o foco deste longa-metragem são as estratégias dos assessores de imprensa de cada político. Do lado de Morris, temos o líder da campanha Paul Zara ( Phillip Seymour-Hoffman) e seu talentoso assistente Stephen Myers ( Ryan Gosling), já pelo lado de Pullman temos o experiente Tom Duffy ( Paul Giamatti).
Stephen é especialista em mídia e conduz a campanha do governador Morris da melhor maneira possivel, provocando inveja na equipe do senador Pullman. Até que Duffy resolve desestabilizá-lo, afetando não somente a conduta deste, como toda a corrida presidencial.
George Clooney cria assim um roteiro muito interessante que se assemelha com um quebra-cabeça, onde as peças vão se encaixando e produzindo um resultado muito bom de se ver.
E a sua direção também merece destaque, pois o filme é muito bem filmado e por algumas vezes brinca com o publico, provocando dubiedade em alguns desfechos.
O elenco foi muito bem escolhido. Ryan Gosling que já tinha atuado brilhantemente em Drive, comprova neste filme que teve um bom ano. Seymour-Hoffman e Paul Giamatti mostram mais uma vez o seu talento. E as presenças de Marisa Tomei, Evan Rachel Wood e Jeffrey Wright dão um toque especial a este thriller.
O filme também aproveita para dar uma cutucada no Partido Democrata, o mesmo de Obama, que acaba sendo o mais mostrado durante a projeção. É uma experiência muito boa, não só pela sua parte técnica , mas também porque ele demonstra a questão dos valores morais e éticos dentro da política de uma maneira bem interessante.
Recomendo.